Um dia o Amor ficou aborrecido. Entediado.
Tornara-se uma banalidade, ninguém mais o levava a sério ...
“Ora, que absurdo ! Como desfazem-se de mim assim ?!...”
Costumava andar pelas ruas, parava em esquinas, ou praças e observava o movimento de casais e de pessoas sozinhas.
Ainda lembrava do tempo em que era comum ver namorados de mãos dadas pelas ruas. E até casais idosos ainda juntos, a passear pelo mundo seus afetos. Mas agora ... os casais passavam apressados, mal se olhavam.
Não era assim com sua amiga Paixão - ela, sim, continuava na moda. Tornara-se comum os casais agarrados por aí, trocando beijos e carícias. Nada mais os retraía !...
Lembrava que no olhar dos solitários havia um brilho de esperança, suspiravam ao pensar que um dia eles também encontrariam seus pares. Agora, porém, se assustava ao ver nos solitários um vazio profundo no olhar – havia solidão, como um desterro ...
Enquanto pensava sentia o peso do tempo, sentia-se mais velho que ele ... Sentia-se triste, impotente...
“Será que a culpa foi minha ? Onde será que errei ?”
Perdido em divagações, naquela praça quase vazia, numa tarde abafada de verão, o Amor desejava que o mundo fosse feito de primaveras, de versos de amor, de casais enamorados ...
Foi então que viu um jovem a riscar um coração na casca de uma árvore ... Gravou duas iniciais nele e roubou uma flor do jardim, saindo a correr ao encontro de uma menina sentada próximo dali ...
Havia tanta ternura neles !
E absorto em sua observação o Amor teve uma visão : daquele mesmo casal, muitos e muito anos depois. Eles estariam ainda juntos e nos seus olhares ainda haveria o mesmo sentimento - eles ainda viveriam o amor ...
E encheu-se o Amor de alegria. “Ahhh ... estarei vivo !! Ainda há esperanças para mim !”
E entardeceu a sorrir o sorriso daqueles dois enamorados ...
Waulena d'Oliveira
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Lindo! O amor jamais acaba!
Beijosssssssssssssss
Que belezura e quanta verdade. Amei seu texto. Parabéns!!
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